sábado, 27 de novembro de 2010

Entrevista : Dunga

» Entrevista com Dunga

Dunga

"O PHN é uma proposta de evangelização radical para a juventude"


Aconteceu de 23 a 25 de julho, na sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), a 12ª edição do Acampamento PHN, com o tema “Ele crescia em graça, estatura e sabedoria”. Para falar mais sobre sua história de superação e sobre esse movimento contra o pecado [o PHN], conversou conosco o cantor e missionário da Comunidade Canção Dunga, que é o idealizador e o maior divulgador dessa proposta.

No áudio abaixo você confere, na íntegra, este depoimento.



cancaonova.com: Dunga, falando um pouco da sua história, o que o levou a procurar um grupo de oração ainda na fase de rebeldia?


Dunga: Eu acredito que isso é fruto da intercessão e do testemunho da minha mãe, pois, mesmo na época em que eu estava nas drogas e na prostituição, numa vida sem muita produtividade, sempre houve um testemunho muito forte dentro de casa. Eu ouvia frases como: “Um dia Deus vai falar ao seu coração”, e “Um dia você vai abrir os seus olhos”. Estas frases eram ditas sempre com muito carinho e, numa determinada noite, eu me recordei das palavras da minha mãe e acabei, quase que por instinto, entrando numa igreja onde estava acontecendo um grupo de oração – o grupo do qual eu me tornei animador e coordenador no futuro – e mudou a minha vida. Eu costumo dizer que entrei drogado e saí batizado no Espírito Santo, isso foi no ano de 1983. E eu acredito que a semente foi muito bem plantada e chegou a hora em que ela simplesmente decidiu germinar.

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cancaonova.com: Você disse que sua vida mudou ao entrar naquele grupo. O que mudou?


Dunga: Mudou em primeiro lugar o meu grupo de amigos, porque eu tinha poucos amigos e estes poucos não me ofereciam uma qualidade na amizade, e a verdadeira transformação foi que eu pude ter contato com pessoas por meio das quais eu descobri que o ser humano é maravilhoso, ou seja, o meu horizonte abriu e esta relação de verdadeira amizade foi um fator muito grande de conversão na minha vida, porque eu pude conhecer pessoas interessantes, pessoas inteligentes que buscavam a santidade, pessoas que realmente queriam produzir algo bom na vida e, no fundo, era justamente isso que eu queria, porque, mesmo estando nas drogas, eu nunca quis fazer mal a ninguém, mas o meio no qual eu vivia não me ajudava a fazer este bem. E justamente este novo círculo de amigos, depois do meu encontro pessoal com Jesus, fez a diferença.


cancaonova.com: Podemos dizer que essa experiência foi o fator determinante para a sua conversão?

Dunga: Eu defino como fator determinante dois pontos: o primeiro foi esta gama nova de amizades, pessoas que trouxeram muita positividade, muita alegria e muito sonho ao meu coração. O segundo foi a minha família que deu testemunho e sabia quem era eu (porque eu mesmo já não sabia quem eu era) e sabia do meu potencial musical, sabia do meu potencial de liderança, sabia do meu potencial como ser humano e ela não desistiu de mim e investiu em mim, a ponto de, ao me ver dando os primeiros passos na fé, me abraçar de tal maneira que eu fui mergulhado num novo relacionamento em minha casa e com meus novos amigos, e os amigos antigos que queriam uma nova chance em suas vidas também embarcarem nessa. Esse foi, de fato, um grande momento na minha vida, quando tudo se fez novo e eu, dia a dia, fui me apaixonando pelas coisas de Deus.


cancaonova.com: Como você descobriu esta vocação específica de evangelizar os jovens?

Dunga: Eu me considero uma pessoa comunicativa, então eu comecei a falar para as pessoas o que Deus tinha feito em minha própria vida. E isso não era uma coisa programada, ou seja, de repente, eu me via falando – num grupo de jovens, numa roda de amigos, na minha oficina, no time em que eu jogava – das coisas que eu estava fazendo ou deixando de fazer pela força do amor que sentia por Deus. E esta forma de me comunicar e de me expressar já estava sendo tocada e transformada, pois, logo que tive o meu encontro pessoal com Jesus, senti o desejo de falar daquilo que tinha acontecido em minha vida. E isso foi abrindo portas, foi me colocando à frente de um povo, foi me colocando à frente de uma juventude, em especial, e de uma forma muito rápida. Eu nem tinha tanto um conteúdo, mas eu contava minha história e as pessoas gostavam de ouvi-la e, a partir daí, as coisas foram se concretizando.

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cancaonova.com: O Acampamento PHN é um evento anual. Como os jovens que vêm para este encontro fazem para depois viver o PHN no dia a dia?

Dunga: Isso acontece, primeiro porque todo mundo está esgotado e saturado do erro. Ninguém erra porque quer, ninguém peca porque quer, as pessoas erram ou pecam por falta de opção, porque não é dado a elas um novo horizonte. Elas erram porque não apresentaram a elas este algo "novo", e quando elas vêm à Canção Nova e chegando aqui encontram cerca de 150 mil jovens cantando e dançando sem usar drogas, sem se prostituir, sem falar palavrão, sem violência, nós estamos apresentando a elas este novo horizonte. Então as pessoas descobrem que é possível ser feliz sem precisar estar neste padrão desgastado de felicidade oferecido pelo mundo de hoje, que é sempre algo vinculado ao álcool, ao tabaco, a drogas ilícitas, à prostituição. Elas percebem que a alegria pode acontecer sem este estereótipo de alegria que o mundo oferece. Isso é uma grande libertação, é como tirar a pessoa de uma prisão, de um mundo pequeno e lançá-la num mundo muito grande e infinito. Por essa razão, o jovem chega aqui e tem o contato com esta verdadeira alegria e quando ele chega na casa dele encontra pessoas iguais às que ele encontrou aqui na Canção Nova, aqui no PHN. É como se fosse um ímã que nos aproxima de pessoas com o mesmo objetivo nosso e o mesmo ideal nosso. Hoje, no mundo, os maus se unem para fazer o mal, não existe amizade entre pessoas más, pois aqueles que se reúnem para assaltar um banco, para fazer o tráfico, a prostituição, não existe o laço de uma amizade verdadeira, existe uma união para fazer o que é mau. Então aquilo que a pessoa considerava uma amizade era, na verdade, um verdadeiro engano e, quando ela tem um contato com o PHN e volta para a sua casa, ela começa a perceber que existe uma união para fazer o bem, e aí, sim, ela começa a sentir o prazer, o gozo de uma amizade sincera. E esta amizade conquistada é que vai lhe dar força, porque sozinho eu sou frágil, mas, com mais um, mais dois, mais dez, sou indestrutível. Então é esta amizade que vai surgindo no coração do jovem e lhe dando força para que ele possa testemunhar.

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cancaonova.com: Por que a evangelização tem o poder de tirar o jovem destas más realidades?

Dunga: Todo jovem gosta de radicalidade. Basta observar o quanto os jovens gostam e praticam esportes radicais por exemplo. Isso mostra que a juventude, no geral, é em si radical, o jovem é como uma plantinha que se não tiver raiz vai ser arrancada e destruída. Está na essência dele essa radicalidade, então, todo jovem gosta da palavra radical, e quando você apresenta a ele uma proposta radical de evangelização, como o PHN, ou seja, "Por Hoje eu Não vou mais pecar", dentro desta metodologia maravilhosa na qual o ontem não existe mais e o amanhã não está pronto ainda, eu só tenho o dia de hoje, isso é radical e o jovem gosta deste desafio por mais incrível que pareça. Às vezes, nós achamos que o jovem gosta dos desafios que o levam à destruição, e não é isso, na verdade, é porque não há opção, ele gosta mesmo é do desafio para fazer o bem, mas hoje não há quem ofereça este desafio a ele. Por isso, essa proposta é conquistadora; e quando eu digo "jovem" estou falando do jovem de espírito, ele pode ter 17 anos, 27, 37, 47 ou até mais, porque é o Espírito, que está dentro dele, que não envelheceu e, se ele se cuidou, ele tem uma estrutura que pode suportar este Espírito e vai aceitar este desafio em qualquer época de sua vida. Por isso esta evangelização tem uma força tão grande como nós estamos percebendo nos dias de hoje.

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