CNBB
Nós, Bispos do Brasil em Assembleia Geral, nos dias 4 a 13 de maio, reunidos na casa da nossa Mãe, Nossa Senhora Aparecida, dirigimo-nos a todos os fiéis e pessoas de boa vontade para reafirmar o princípio da instituição familiar e esclarecer a respeito da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Saudamos todas as famílias do nosso País e as encorajamos a viver fiel e alegremente a sua missão. Tão grande é a importância da família, que toda a sociedade tem nela a sua base vital. Por isso é possível fazer do mundo uma grande família.
A
diferença sexual é originária e não mero produto de uma opção cultural.
O matrimônio natural entre o homem e a mulher bem como a família
monogâmica constituem um princípio fundamental do Direito Natural.
As
Sagradas Escrituras, por sua vez, revelam que Deus criou o homem e a
mulher à sua imagem e semelhança e os destinou a ser uma só carne (cf.
Gn 1,27; 2,24). Assim, a família é o âmbito adequado para a plena
realização humana, o desenvolvimento das diversas gerações e constitui o
maior bem das pessoas.
As pessoas
que sentem atração sexual exclusiva ou predominante pelo mesmo sexo são
merecedoras de respeito e consideração. Repudiamos todo tipo de
discriminação e violência que fere sua dignidade de pessoa humana (cf.
Catecismo da Igreja Católica, nn. 2357-2358).
As
uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo recebem agora em nosso
País reconhecimento do Estado. Tais uniões não podem ser equiparadas à
família, que se fundamenta no consentimento matrimonial, na
complementaridade e na reciprocidade entre um homem e uma mulher,
abertos à procriação e educação dos filhos. Equiparar as uniões entre
pessoas do mesmo sexo à família descaracteriza a sua identidade e
ameaça a estabilidade da mesma. É um fato real que a família é um
recurso humano e social incomparável, além de ser também uma grande
benfeitora da humanidade. Ela favorece a integração de todas as
gerações, dá amparo aos doentes e idosos, socorre os desempregados e
pessoas portadoras de deficiência. Portanto têm o direito de ser
valorizada e protegida pelo Estado.
É
atribuição do Congresso Nacional propor e votar leis, cabendo ao
governo garanti-las. Preocupa-nos ver os poderes constituídos
ultrapassarem os limites de sua competência, como aconteceu com a
recente decisão do Supremo Tribunal Federal. Não é a primeira vez que
no Brasil acontecem conflitos dessa natureza que comprometem a ética na
política.
A instituição familiar
corresponde ao desígnio de Deus e é tão fundamental para a pessoa que o
Senhor elevou o Matrimônio à dignidade de Sacramento. Assim, motivados
pelo Documento de Aparecida, propomo-nos a renovar o nosso empenho por
uma Pastoral Familiar intensa e vigorosa.
Jesus
Cristo Ressuscitado, fonte de Vida e Senhor da história, que nasceu,
cresceu e viveu na Sagrada Família de Nazaré, pela intercessão da
Virgem Maria e de São José, seu esposo, ilumine o povo brasileiro e
seus governantes no compromisso pela promoção e defesa da família.
Aparecida (SP), 11 de maio de 2011
Dom Geraldo Lyrio Rocha
Presidente da CNBB
Arcebispo de Mariana – MG
Presidente da CNBB
Arcebispo de Mariana – MG
Dom Luiz Soares Vieira
Vice Presidente da CNBB
Arcebispo de Manaus – AM
Vice Presidente da CNBB
Arcebispo de Manaus – AM
Dom Dimas Lara Barbosa
Secretário Geral da CNBB
Arcebispo nomeado para Campo Grande - MS
Secretário Geral da CNBB
Arcebispo nomeado para Campo Grande - MS
Que a Sagrada Família te abençõe!
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