quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Conselhos para ensinar os filhos a pensar


Os pais devem estimular os hábitos intelectuais dos filhos

1. Em primeiro lugar, é preciso agir conforme a verdade das coisas: ensinar os filhos a não se enganarem, a serem sinceros, a agirem com coerência. “Podemos conhecer a química cerebral que explica o movimento de um dedo, mas isso não explica por que esse movimento é usado para tocar piano e não para apertar um gatilho” (Marcus Jacobson). E também “não podemos baratear a verdade” (F. Suárez), rebaixando o seu valor, como se fosse uma liquidação.

2. Um segundo ponto é que “o treinamento é um privilégio da inteligência humana” (José Antônio Marina). É preciso enriquecer a linguagem, é preciso estimular o diálogo, o exercício mental de raciocinar, de defender uma causa, de ter argumentos para as próprias decisões, e não somente fazer o que fazem os outros, como os bois no pasto. Aprender a pensar é descobrir como é grande o poder da moda sobre o mundo inteiro, e saber sair da jaula em que a moda pode nos encerrar. O pensador livre não deve sacrificar a sua liberdade no altar da moda, pois essa é uma das perversões mais nocivas para um pensador. No entanto, é excessiva a frequência com que a razão fica presa na jaula da moda. Treinamento e cultivo, porque “a terra que não é lavrada, trará abrolhos e espinhos, ainda que seja fértil. Assim sucede com o entendimento do homem” (Santa Teresa de Ávila).

3. Já que é impossível não se equivocar nunca, pelo menos por utilidade e por dever temos de aprender com os nossos enganos. Se quisermos aprender a pensar, deveremos descobrir o mundo tão humano do erro. “Errar é humano”, diziam já os antigos. O erro é o preço que o animal racional tem de pagar.

4. Seremos mais inteligentes e mais livres quando conhecermos melhor a realidade, quando soubermos avaliá-la melhor e quando formos capazes de abrir mais caminhos novos. Seria um erro pensar – observa Leonardo Polo – que o homem inventou a flecha, porque tinha necessidade de comer pássaros. Também o gato tem essa necessidade, porém o ilustre felino nunca inventou nada. O homem inventou a flecha, porque a sua inteligência descobriu a oportunidade escondida no graveto.

5. Manter aberta a nossa capacidade de dirigir a própria conduta mediante valores pensados. É preciso passar do regime do impulso irracional para o regime da inteligência. Mais do que ensinar a pensar, a função dos pais há de ser a de motivar os filhos para que queiram pensar por sua própria conta. Com atitudes positivas, as crianças topam qualquer parada; com atitudes negativas, pensar parece-lhes uma coisa cansativa, e agir lhes parece uma coisa medíocre.

Fonte: CançãoNova.com

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