domingo, 25 de novembro de 2012

Comunidade Dominus Salus: missão de acolhimento e fé

No Traviú, 20 missionários dedicam-se de forma integral à fé e ajudam quem visita a casa. A comunidade existe desde 1996 e sobrevive de doações e plantio prório de alimentos. O atendimento acontece também na Paróquia Santa Terezinha, Vila Rio Branco


CRISTINA HAUTZ Na Comunidade Dominus Salus, no Traviú, 20 missionários dedicam-se de forma integral à fé e ajudam quem visita a casa
Na Comunidade Dominus Salus, no Traviú, 20 missionários dedicam-se de forma integral à fé e ajudam quem visita a casa
Com roupas que cobrem do pescoço às canelas, os irmãos consagrados da Comunidade Dominus Salus vivem a quietude e o silêncio do bairro Traviú, apoiados na fé. A comunidade - uma ramificação da Igreja Católica - foi instalada em uma região de chácaras, em um terreno doado. Ali vivem 20 irmãos e missionários que, diariamente, recebem pessoas em busca de ajuda espiritual - geralmente gente que sofre com estresse e problemas familiares, entre outros casos.

A fé, garantem os 20 irmãos, pode salvar uma vida. Eles próprios passaram por histórias curiosas, crises de fé, dúvidas e se dizem erguidos por Deus. Seguem em uma missão que não inclui somente receber pessoas na sede da instituição. Semanalmente, estes cristãos seguem para outros locais da cidade, como, por exemplo, à Vila Rio Branco, na Paróquia Santa Terezinha, sempre às quintas-feiras.

"Conversamos com as pessoas, explicamos a importância da religião, em um atendimento corpo a corpo", explica a irmã e missionária Helena Aparecida Batista Scarabello, 24, que veio de Mogi Guaçu para se unir ao grupo. Como bem sabe Helena, assim como os demais integrantes da comunidade, viver em 20 pessoas em uma casa - mesmo sendo ela uma casa religiosa - não é fácil.

Por isso, quando necessário, um puxa a orelha do outro - às vezes por um serviço errado, às vezes por alguma pequena bagunça, às vezes simplesmente por descuidar das plantas durante alguns instantes. Na casa, cada um segue uma função e todos têm algo a compartilhar: a fé. Compartilham também histórias e até se divertem ao lembrá-las e contá-las.

Uma delas é evocada por Fernando José Luiz, 32, há cinco anos na casa. Fernando estava prestes a se casar e frequentava a Dominus com a futura mulher, entre os irmãos que vão ao local mas não vivem lá. Foi quando pensou em se entregar integralmente a Deus, em uma vida de irmão consagrado e missionário - e longe da noiva.

Vivia a dúvida: deixar a mulher e seguir em frente valeria a pena? Quando tomou a decisão, sua companheira não entendeu muito bem e não aceitava. "Já havia até comprado um terreno, para onde nos mudaríamos depois de casados", conta Fernando, hoje sem arrependimentos da escolha.

Sua casa se tornou a Dominus, como também a do missionário Alexandre Mazzal, 37, que passa apenas um dia a cada dois meses na casa de sua família, na Vila Marlene. "Quando saímos daqui e vamos à cidade percebemos a diferença, é muito barulho", diz ele, acostumado ao silêncio e à calmaria da fé. O mundo, diz ele, é bom. As coisas do mundo é que são ruins, o que explica a entrega à espiritualidade como espécie de clausura.

Outro irmão, Fernando Carlos Brandão, 31, está na comunidade há 10 anos e, quando adolescente, pensava em fazer ciência da computação. "Sentia que faltava algo e decidi fazer parte", explica ele, que estuda para se tornar padre.

Juntos e separados - A comunidade existe desde 1996 e sua sede foi entregue dez anos depois. Nela, vivem homens e mulheres. O próximo passo do grupo é fazer a separação entre sexos, com outra casa - que eles lutam para construir - ao lado da sede atual, agora para mulheres. Por semana, o grupo faz mais de 100 consultas espirituais e vive de doações.

Na parte dos fundos do terreno, eles plantam verduras e legumes. Retiram a água que bebem de um poço artesiano. Tudo em perfeita harmonia com as plantas no jardim. Um pouco da comida à mesa é feita do milho: bolo, cural e outras delícias reservadas ao café da tarde, quando todos - incluindo os convidados - sentam para comer. É quando agradecem mais um dia de luta, mais um dia com a sede aberta para as pessoas em busca de ajuda e fé.

Atendimento na Comunidade Dominus Salus:

Segunda-feira - Das 14h às 17h30

Sexta-feira - 19h30 e 20h30 (pré-agendado)

Sábado - 14h (pré-agendado)

Na Paróquia Santa Terezinha (Vila Rio Branco) - Quinta-feira - das 14h às 20h

Informações - (11) 4582-4553

RAFAEL AMARAL
Fonte: Jornal de Jundiaí

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