segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

"Não importa a nacionalidade do novo papa", diz presidente da CNBB

O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Raymundo Damasceno Assis, 76, arcebispo de Aparecida, afirmou nesta segunda-feira (11) que "muito nos honraria se o [futuro] papa fosse brasileiro", mas que, na verdade, "não importa a origem, a nacionalidade ou a cor do novo papa".
"Aquele que for escolhido deverá ser acolhido com muito amor", afirmou ao UOL. O papa Bento 16 anunciou nesta segunda-feira a renúncia ao pontificado. Ele deixará o posto às 20h (16h de Brasília) em 28 de fevereiro.
Ao lado de outros quatro cardeais brasileiros, Dom Damasceno será um dos que participarão da escolha do novo pontífice e, ao mesmo tempo, também poderá ser escolhido para assumir o posto.

 
1938 - O garoto Joseph (à esq.), o irmão, Georg, a mãe, Maria, a irmã, também Maria, e o pai, Josef, em foto familiar KNA/Reuters
 
"Todos os que estão lá podem ser escolhidos, mas ninguém é candidato para o cargo. Confiamos muito no Senhor para nos iluminar na escolha do futuro sucessor".

ENTENDA O PROCESSO SUCESSÓRIO DO PAPA

Quando o chefe da Igreja Católica renuncia a sua função ou morre, seu sucessor é eleito pelos cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina, onde ficam isolados do mundo exterior.

Cinco cardeais brasileiros deverão participar do conclave que se reunirá para eleger o sucessor do papa Bento 16. Segundo a última lista do Vaticano, atualizada há duas semanas, há um total de 119 cardeais aptos a votar no conclave.

Para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.
Além de Damasceno, poderão votar dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, ex-arcebispo de São Paulo e atual prefeito emérito da Congregação para o Clero, dom Geraldo Majella Agnelo, de 79, arcebispo emérito de Salvador, e dom João Braz de Aviz, arcebispo de Brasília.
Dom Damasceno disse que só ficou sabendo nesta segunda-feira (11) da renúncia do papa e pela imprensa.
"Recebemos a notícia com muita surpresa e ficamos muito sentidos, mas compreendendo também os motivos alegados pelo papa. Por causa da idade, a saúde fica mais debilitada, o que o torna, digamos assim, incapaz de exercer ou cumprir o seu ofício", afirmou, acrescentando que Bento 16 fez um ministério "extraordinário, maravilhoso, rico e frutuoso".
Segundo ele, a agenda atribulada e os inúmeros compromissos oficiais, inclusive no exterior, exigem "certo vigor físico, ânimo e espírito". "Eu que sou bispo de uma diocese vejo essa dificuldade, imagina o papa?", indaga.
Dom Damasceno ressalta que, embora a renúncia de um papa esteja prevista no Direito Canônico, ela surpreende porque não é um fato que ocorra sempre.
"Sabemos que a renúncia é possível e o papa fez até uma alusão a ela naquele livro ‘Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo’, mas não imaginávamos que fosse se concretizar de fato."

A renúncia, diz ele, não traz, de nenhuma maneira, incerteza quanto ao futuro do cargo máximo da Igreja Católica: "A Igreja tem todas as normas que estabelecem os passos seguintes no caso de vacância da sede de São Pedro, de modo que a renúncia não nos deixa perdidos ou desorientados".
O presidente da CNBB afirmou ainda que a expectativa é que até a Páscoa o novo nome tenha sido escolhido. "O conclave vai se reunir e, apesar de não ter um tempo limitado para fazer a eleição, também não é algo ad infinitum."

 Fonte: Uol

Nenhum comentário: