O carnaval pode ser vivido de
diversas maneiras. Não teve sua origem no Brasil, como muitos pensam,
mas na Grécia. Era uma festa de alegria pagã. No Brasil, o carnaval é
coisa séria. Há quem fale que o ritmo normal da vida no país só começa
após o carnaval. É tempo do vale tudo. Vale mergulhar fundo no prazer
sem freios, na bebida, nas drogas. E isso tudo equivocadamente é em nome
da alegria. Que alegria é essa, que, no final da folia, se acaba?
Há,
porém, o Carnaval verdadeiro, marcado por uma alegria verdadeira. Nesse
Carnaval é dispensado o prazer irresponsável, a bebida, as drogas, para
se celebrar a vida. O católico pode comemorar o carnaval, desde que
respeite os princípios cristãos, sem se entregar aos excessos
permissivos tão difundidos em nossos dias. Quem não participa das
festividades públicas, procure se alegrar junto a sua família e amigos.
Isso precisa ser resgatado.
As Dioceses, as Paróquias e as
Comunidades deste país promovem um carnaval diferente, repleto de
alegria, a qual Deus quer para todos os seus filhos. Em todo caso, é
carnaval. Quem vai fazer festa que faça com respeito ao próximo e aos
valores. Muitos decidem passar o Carnaval na tranquilidade do campo, da
praia. Outros em retiro espiritual, numa experiência de Deus, profunda e
transformadora. Outros ainda vão ficar em casa e assistir ao espetáculo
de criatividade, de luz e de cores, promovido pelas escolas de samba.
Passados
os dias de Carnaval tem início o tempo da Quaresma com a imposição das
cinzas sobre nossas cabeças e ouvindo este apelo de Jesus:
“convertei-vos e crede no Evangelho!” Estas palavras, indicam um inteiro
programa de vida, preparando-nos para celebrar a Páscoa. Assim, na
oração, no jejum, no exercício da caridade fraterna, na penitência,
caminhamos ao encontro do Cristo pascal.
Na Quaresma nos
exercitamos na revisão de vida e na conversão nas nossas práticas
religiosas, para que elas não sejam apenas manifestações formais e
exteriores de religiosidade – “para serem vistos pelos homens” – mas
sejam a expressão de uma vida que se volta sinceramente para Deus. E,
durante a Quaresma, realizamos a Campanha da Fraternidade. Esta indica
uma reflexão específica para nos exercitarmos na caridade; neste ano, é a
juventude. Queremos juntos encontrar caminhos para acolher e integrar
nossa juventude. Nossa resposta generosa ao chamado deve ser: “Eis-me
aqui, envia-me” (Is 6,8). Convertamo-nos, e nos desafios deste mundo,
tornemo-nos missionários a serviço da juventude.
Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo de Guarabira (PB)
Fonte: CançãoNova.com
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