Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros
Arcebispo de Montes Claros
A força da renovação existe no seio da
Igreja, por obra do Espírito Santo. Apesar de ela ser pecadora, enquanto
composta de seres humanos sujeitos às próprias fragilidades, há a
santidade de Deus que a faz regenerar-se e superar os próprios limites.
Uma força que ajuda o humano da Igreja a se renovar é a juventude,
quando ela for bem evangelizada e evangelizadora. Temos, então, uma
grande oportunidade de luminosidade dos valores crísticos para o interno
da comunidade eclesial e para a sociedade em geral. Juventude vamos
sempre ter. Por isso, ela é o presente e o futuro da comunidade cristã e
da convivência social, com os valores assumidos por ela do que é humano
e divino em sua contínua renovação.
Moisés, o grande personagem bíblico
escolhido por Deus para libertar o povo hebreu do jugo dos egípcios,
pode encontrar-se pessoalmente com Deus na montanha, onde recebeu a
missão divina. Sua curiosidade o levou a aproximar-se de uma sarça que
não se consumia. Era o Senhor que o chamava para o diálogo acerca da
missão de libertação do povo (Cf. Êxodo 3,1-15). Fruto da ação divina, a
sarça da juventude pode perenizar a renovação da Igreja, se ela
realmente entrar na intimidade de Cristo e aceitar a missão de
evangelizar a sociedade para a libertação de todo tipo de mecanismo de
morte. Alimentará a sociedade com os novos critérios do Salvador, para
dar vida de sentido a todos, na convivência de fraternidade. Cuidar da
juventude para que ela seja fonte de renovação do convívio familiar,
eclesial e social é de fundamental importância, para termos dias
melhores, onde se superem as injustiças, os desmandos sociais e
descaminhos dos vícios e das derrotas humanas.
Na contemplação de Jesus transfigurado
no monte Tabor, com a presença de Moisés e Elias, podemos solidificar
nossa fé e indicar para a juventude o ideal de dar vida, proposto e
vivenciado por Jesus (Cf. Lucas 9,28-36). De fato, o Mestre em seguida
foi crucificado, morto e ressuscitado. Os Apóstolos foram testemunhas
disso. Passando também pelo mesmo caminho do Filho de Deus, somos
capazes de assumir a missão, como os Apóstolos, para que todos se
convertam. Não podemos ser como a figueira que não produz figos, para
não termos que ser cortados da realização do projeto de Deus, à
semelhança da que Jesus queria cortar por não dar frutas (Cf. Lucas
13,1-9). A ascese é um modo de exercitação na prática do bem, que
devemos fazer e ensinar à nova geração. Exige treinamento, renúncias,
vivência da caridade, responsabilidade na realização do compromisso de
fé, serviço ao outro e promoção do bem comum. Sem o ideal de servir não
damos frutos de realização da vida de sentido para todos. Somos
instados, no seguimento a Cristo, a assumir a responsabilidade de
implantarmos os critérios ou valores do Evangelho de Jesus. Sem isso, a
juventude não será capaz de dar base à sustentação de um mundo novo, ou
uma sociedade onde reina o amor, fundamentado no amor de Deus.
O lema da Campanha da Fraternidade é
muito propício para focalizarmos a abertura da juventude ao novo,
provindo da missão dada por Deus, com sua resposta de grande
disponibilidade: “Eis-me aqui; envia-me!” (Isaías 6,8).
Fonte: CNBB
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