quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Simplicidade do Natal pode ser resgatada no mundo, destaca padre

Padre João Carlos Almeida, sacerdote dehoniano
É Natal! “O Verbo se fez carne e armou sua tenda entre nós”, diz o evangelista João (cf, Jo 1,14). Na simplicidade da gruta de Belém, crê a fé católica que, o Filho de Deus veio morar entre os homens.

O cenário do nascimento é simples e rude: uma família e alguns animais compõem o presépio. Para o padre João Carlos Almeida, o Natal é sinônimo de simplicidade, pois um Rei escolheu nascer não entre reis, mas na pobreza de um estábulo.

Padre Joãozinho explica que o estresse do homem moderno é quase sempre provocado pela complicação. Mas, segundo ele, o Natal traz uma mensagem radical de simplicidade, de tirar as sobras, os excessos.

“Se pararmos para contemplar um presépio, a criança nascendo, José e Maria, os animais, os anjos, a estrela guia... se pararmos para ver essa romântica imagem do Natal, nós vamos ultrapassar o romantismo e vamos chegar a questionar as complicações do nosso dia a dia. Complicamos na oração, na celebração, na convivência social, na política... Então, a solução para mundo está em simplificar. Pelo presépio, Deus vem nos dizer o seguinte: a vida é mais simples, a vida é mais sóbria”, explicou.

O padre exemplifica que pequenos gestos podem manifestar a mensagem natalina da simplicidade. “Por exemplo, na alimentação: vamos comer de modo mais simples. Será que o Natal não é também um período de olhar dentro do armário e ver o que tem demais lá? Talvez, algo que sobre na minha casa, falte na casa do irmão!”

No entanto, padre Joãozinho observa que a sociedade paganizou o Natal, fazendo-o girar cada vez mais em torno do dinheiro, dos presentes, e até mesmo do Papai Noel. Para ele, trata-se de uma “perversa” estratégia do mundo moderno para “esconder o aniversariante”.

“Por isso, para as nossas crianças, antes de falar de presente, de Papai Noel, que é um mero convidado, coadjuvante do Natal, vamos falar de uma festa de aniversário, cujo aniversariante é Jesus”, considerou.

Segundo o padre, a família é a principal responsável por resgatar o valor da simplicidade na noite de Natal, assim como outros valores cristãos na vida dos pequenos. Para ele, gestos simples podem mudar a mentalidade materialista do Natal e convertê-lo no que realmente é: festa do Filho de Deus feito homem.

“Fazer um presépio em casa, já ajuda. Ter uma árvore simples de Natal onde se tem presentes é muito bom, mas vamos mostrar que mais que dar presentes é preciso ser presença. Vamos aproveitar esse resquício de romantismo doméstico do natal para preparar uma celebração. Vejo muitas famílias que vêm da Igreja, chegam em casa e vão logo para o peru e nem rezam”.

Aos cristãos, padre Joãozinho deixa uma sugestão para cristianizar o dia 25 de dezembro: “convide as pessoas para rezarem um Pai-nosso, pra cantar uma estrofe do Noite Feliz que todo mundo sabe; coloque um disco com uma música de Natal e prepare uma decoração dizendo: Jesus nasceu. Convide as pessoas para darem “Feliz Natal” umas às outras. Talvez haja pessoas na sua família que há tempos não se abraçam. Esta é a oportunidade para fazer renascer um relacionamento”.

Padre Joãozinho também ressaltou a realidade do isolamento nas famílias , em que, principalmente os jovens, vivem “enclausurados” nos quartos, apenas na "companhia" dos sites de relacionamentos. No Natal, disse o padre, “eles [os jovens] têm que sair de lá, tem que desligar o computador e juntar-se à família”.

“Não vamos deixar o Natal passar em branco. Não é mais uma refeição, não é mais uma noite, é noite de Natal!”, concluiu.


Fonte: blog.cançãonova

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