Mais de 20 mil pessoas, entre 
homens e mulheres, já foram canonizados pela Igreja ao longo destes mais
 de dois mil anos de história. Para todos eles, os católicos dedicam um 
dia especial a fim de celebrá-los e pedir a intercessão. Trata-se da 
Solenidade de Todos os Santos vivenciada pela Igreja Católica nesta 
sexta-feira, 1º de novembro. 
De acordo com o professor de 
História da Igreja do Instituto de Teologia Bento XVI, na Diocese de 
Lorena, Felipe Aquino, a data tem origem a partir da festa pagã celta de
 nome Halloween, oriunda da região da Irlanda, Escócia e Inglaterra. 
Segundo ele, os celtas acreditavam, dentro do paganismo, que no dia 31 
de outubro - para eles, último dia do ano - os espíritos dos mortos 
voltavam à terra para se alimentar e assustar as pessoas.
"A 
Igreja, quando evangelizou a Inglaterra e a Grã-Bretanha, quis 
substituir essa crença pagã por uma crença cristã. Então passou a 
celebrar, ao invés da festa pagã, o Dia de Todos Santos, em 1º de 
novembro", explica. 
A crença nos santos
O
 professor explica que a Igreja escolheu esta data especial para lembrar
 os inúmeros fiéis que, segundo a fé católica, já habitam as regiões 
celestes, mas que ainda estão no anonimato perante o cenário de homens e
 mulheres canonizados. 
“Há muitos que estão no céu e a Igreja 
não sabe nem o nome”, disse o professor Felipe. "Quantos foram 
martirizados no anonimato... Então, como a Igreja gosta de celebrar a 
festa de cada santo no calendário do ano, inclusive estes que não sabe o
 nome, ela celebra neste dia", explicou. 
A importância dada aos
 santos tem sua razão na fé que os católicos depositam na intercessão 
destas pessoas que viveram o Evangelho com fidelidade e tornaram-se, por
 graça de Deus, modelo para os outros cristãos. 
“A Igreja sabe 
que os santos intercedem por nós sem cessar diante de Deus. Quando você 
invoca os santos ou presta um culto de louvor a um santo, você na 
verdade presta um culto de louvor a Deus”, ressaltou o professor. 
Embora
 muitos ainda considerem a devoção aos santos como idolatria, o 
professor afirma que o culto nunca é prestado diretamente ao santo, mas a
 Deus, através dos santos. "A pessoa é santa por graça e obra de Deus. 
Então, o santo vai interceder por nós diante de Deus. Este é o sentido 
profundo", afirmou.
Uso de imagens
O 
Concílio de Niceia II, no ano 787, disse que as imagens dos santos devem
 ser colocadas nas paredes, nas alfaias litúrgicas, nas ruas, nas casas.
 
"Isso porque a imagem de um santo representa aquele que está no
 Céu. Se olharmos para uma imagem de Nossa Senhora precisamos lembrar 
que ela é um modelo a ser seguido. Esta é a primeira finalidade do culto
 aos santos: ele é um modelo, porque viveu de acordo com a vontade de 
Deus. Então eu posso me inspirar nele para também viver a vontade de 
Deus”, esclareceu o professor Felipe Aquino. 

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