terça-feira, 20 de maio de 2014

Padre Léo: A história do papagaio

Ninguém te ama como eu - Martín Valverde

Como dominar os impulsos sexuais?

Controlar os impulsos não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível

Novelas, músicas, propagandas, outdoors, um passeio no shopping… Cenas, fatos, situações e momentos que, muitas vezes, estão recheados de um estímulo “mega-power-sexappeal”, ou seja, estímulo sexual para todos os gostos! Somos provocados a ver sexo em tudo!

Sobreviver a esse cenário torna-se, de fato, uma “odisséia no espaço”, uma “guerra nas estrelas”, pois parece que, a todo momento, somos chamados a uma espécie de sombra do mal, a nos transformarmos de Anakin para Darth Vader! Oh, meu Deus, como controlar tantos impulsos sexuais se, a todo momento, somos estimulados a colocá-los para fora?

Alguns passos para sobrevivermos a este cenário tão louco.



Primeiro passo: controlar e não dominar

Não gosto muito da palavra “dominar”, soa como algo ruim, que precisa ser contido, reprimido, e não creio que Deus seja tão injusto a ponto de colocar, dentro de nós, os impulsos sexuais e exigir de nós a repressão deles. Também não acredito que Ele nos peça para os dominar como se fossem uma “força do mal” a ser exorcizada.

Prefiro a palavra “controle”, ou seja, como controlar os impulsos sexuais? Controle é o mecanismo pelo qual medimos o resultado de um processo comparando-o a um valor desejado. Então, controlar os impulsos sexuais é ser capaz de viver os desejos, as vontades a partir do valor que temos e do valor que damos ao outro. Quando partimos da relação de valor, conseguimos controlar os impulsos e, assim, dar a eles um destino mais pleno e prazeroso.

Segundo passo: canalizar os desejos

Somos homens e mulheres com desejos. Os impulsos sexuais não estão em nós como algo desconexo, mas dizem de nossa identidade. Vou além: eles dizem de nossa identidade de filhos de Deus.

O Senhor nos criou homens e mulheres. Não tem essa de “Deus, tire de mim os desejos sexuais!”. Não! Sinto muito lhe dizer, mas Ele não os tirará! Eles estão aí para serem canalizados. São os desejos que levam um homem a se encontrar com uma mulher, são impulsos, forças que nos levam a viver uma relação. O que precisamos pedir é: “Deus, ajude-nos a canalizar esses desejos sexuais para uma vida mais plena e saudável. Ensine-nos canalizar o que sentimos, baseando-nos no valor que temos e possuímos”. Se temos bem claro, na cabeça e no coração, que somos chamados a viver um amor total, fiel, livre e fecundo, daremos conta de canalizar nossos impulsos para relações totais, fiéis, livres e fecundas. Quando vier o impulso sexual, de querer o outro para nós, podemos, nessa hora, usar essa força para termos o outro dentro de nós, como alguém que merece nosso amor, nosso valor!

Diante de uma linda mulher, que chame sua atenção – sexualmente falando – você pode:

a) olhar, desejar e trazer para sua mente como uma possibilidade de tocar, manipular e obter prazer! Ou;

b) olhar, apreciar e trazer para sua mente como uma realidade de amar, valorizar e promover.

Você escolhe (a) ou (b), ou seja, ao ver uma mulher muito bonita, você teve o impulso sexual, a atração, o desejo por ela, mas, nessa hora, escolhendo a alternativa (a), canalizou esse impulso e o enobreceu, não o reprimindo. Deu a ele um lugar de nobreza! Sabe aquela passagem da Bíblia que diz: “É do coração humano que saem coisas boas e ruins?” Então, você vê e, no coração, dá destino ao impulso que surgiu! Escolha (a) ou (b).

Terceiro passo: Conhecer a força da força!

Todos temos impulsos sexuais. Isso é inerente ao nosso ser! Mas precisamos conhecer esses impulsos, saber a força deles, ou seja, saber quando surgem, quando é mais ou menos intenso, o que faz dentro de nós, o que fazer quando eles vêm. Conhecê-los é a melhor maneira de controlá-los, e identificá-los é o jeito de melhor encontrar um destino para eles. As pessoas perdem essa batalha quanto querem lutar contra algo que não conhecem. Não se trata de uma luta contra algo do mal, mas sim para integrar isso que faz parte de você. É uma luta para juntar: impulso sexual+valor+amor+Deus. Por aí vai! Sem autoconhecimento não há vitória.

Quarto passo: Fugir ou encarar?

Quando conhecemos nossos impulsos sexuais, a força que eles têm, o lugar e as situações para aonde querem nos levar, podemos ficar em uma encruzilhada: encarar ou fugir? Na verdade, os dois. Encarar, tomar conhecimento ou fugir, ou seja, viver esse processo que acontece depois do “encarar”, isto é, perceber e, depois, por saber que não daremos conta, fugir. Mas sabendo do que está fugindo.

Muitas vezes, não escutamos o movimento que rola em nosso interior e ficamos mais presos às relações por medo de nós mesmos. Fugir, conhecendo e buscando compreender do que estamos fugindo, para ficar mais fortes para o próximo combate. Pois ele virá! Nessa hora, é preciso se perguntar: Quais meus pontos fracos? Onde sou mais vunerável? O que me desordena afetivamente? Mais uma vez, conhecer-se é a arte de se controlar!

Quinto passo: Retornando ao estado de Jedi

No epsisódio ‘O Retorno de Jedi’, podemos ver como Luke acredita na bondade existente ainda em Darth Vader; e por acreditar nisso, assistimos, numa cena fantástica, a “redenção de Vader”. Enquando o Imperador Palpatine estava para matar Luke com uma rajada final, Darth Vader, com o seu braço, ou melhor, com o que restou dele, agarra Palpatine e o lança no poço do reator principal da Estrela da Morte, destruindo, definitivamente, o diabólico Senhor dos Sith, assim concluindo a profecia na qual os Sith são exterminados.

Vader torna-se, novamente, Anakin Skywalker. Sim, ele volta a ser o que era! E o que isso tem a ver o com controle dos nossos impulsos sexuais? Tudo! Muitas vezes, somos como o jovem Anakin, que se deixa levar pela corrupção do mal. Nós, às vezes, nos deixamos levar pela corrupção da pornografia, do sexo fora do casamento; enfim, por uma vida sexual sem a marca do amor verdadeiro como Deus pensou; consequentemente, passamos a viver como Darth Vader, escravos de nossos impulsos e não senhores deles!

Assim, quero lhe dizer: sempre podemos recomeçar. Há, em nosso coração, um profundo desejo de amar de verdade e viver a plenitude do que somos. Nossos afetos, desejos e vontades, ordenados para o amor verdadeiro, sempre nos fazem retornar ao que de melhor nós temos e somos. O sacramento da confissão, a Eucaristia, uma vida de oração sincera e um bom diretor espiritual são nossas armas para vencer. Mesmo quem ao ler este texto você se sinta incapaz de dar uma resposta mais cristã perante uma vida de erros, eu quero lhe dizer que foi com o que restou de um braço que Darth Vader venceu o imperador do mal. Acredito que, dentro de você, restou muito mais que um braço, restou a vontade de ser feliz e amar de verdade. Então, não perca tempo e recomece!

Esteja aberto para conquistar o Céu!

Fonte: CançãoNova.com

Por que consagrar-se a Maria?

Padre Paulo Ricardo
Vamos refletir a respeito da consagração a Nossa Senhora. Este tema vem sendo repetido por vários santos e movimentos nestes últimos tempos. No Brasil os movimentos, além da consagração por intermédio do método exposto pelo Tratado da Verdadeira Devoção, por exemplo São Maximiliano Maria Kolbe, que fala dentro da sua tradição de espiritualidade franciscana, e só depois ele conheceu o tratado. Temos o movimento sacerdotal mariano do padre Stefano Gobbi, que fala da consagração ao Imaculado Coração de Maria. Há também o movimento apostólico de Schoënstatt a partir do pensamento do Joseph Kentenich, que fala de uma outra dimensão. Mas todos falam na mesma linha, dentro da Igreja. Há também a Legião de Maria, que fala da consagração a Nossa Senhora de modo mais ordenado, mais metódico. Há muitas consagrações marianas que falam dessa entrega a Nossa Senhora. Todos com linguagens diferentes, mas como uma sinfonia, como uma orquestra. Todos estão tocando a mesma sinfonia. O que trago é uma constatação disso. Hoje muitas pessoas estão fazendo a consagração.

Mas qual é o fundamento teológico disso? Se não colocarmos a teologia no lugar correto ficaremos apenas no devocionário.


No início da Igreja, se fala da entrega de fiéis a Nossa Senhora como servos, escravos de Maria. A palavra "escravo" é uma palavra chocante para nós no século XXI. A palavra "escravidão" é uma das analogias. João Paulo II já era seguidor de São Luís Maria Grignion de Montfort, e que já usava a palavra confiar no lugar de consagrar, mas que são a mesma coisa, são metáforas, analogias.

Onde está o fundamento teológico de tudo isso? Primeiro a fé. O dogma de fé é dar a Deus um culto, que é o culto de latria, ou seja, nós adoramos somente a Deus. Somente Deus é Deus. Ninguém mais é Deus. Os santos e Maria são criaturas. O que é então adorar a Deus? O meu nada diante de Deus, que é tudo. Quando ficamos ajoelhados estamos dizendo que não somos nada, e Deus é tudo. Só podemos nos ajoelhar diante de Deus e para Deus.

Na Semana Santa nos ajoelhamos diante da cruz, que é o amor de Deus manisfestado por intermédio de Jesus. Esse culto a Deus também pode ser refletido por intermédio de criaturas. Por exemplo diante do confessor, se nos colocamos de joelhos diante dele, não estamos adorando o padre, mas sim a Deus que ali está. Da mesma forma, a adoração a Deus pode se dar de forma indireta com a ajuda das criaturas. Quando alguém encontra um sacerdote e beija a mão deste pecador, pela fé ele está beijando a mão de Cristo por intermédio do sacramento. Eu uso batina, e ela serve para me lembrar do ministério sacerdotal ao qual sou chamado a crer e a viver. Quando o padre está presidindo a Santa Missa, e os acólitos fazem reverência diante dele, não é ao padre que o fazem, mas a Cristo. Isso é a fé por intermédio do sacramento.

A adoração a Deus, pelo culto de "latria", é só a Deus; e a Igreja reconhece aos santos o culto de "dulia". A palavra "dulia" significa servo. Doulos é o escravo. Ficamos, às vezes, perplexos diante da palavra "escravos" em uma sociedade em que as coisas evoluíram. Exemplo: Quando uma pessoa sofre um acidente ela consegue pegar um atestado, isso não acontecia antes. Antes ela deveria procurar alguém que a fosse substituir ou passaria “fome”. Hoje, temos muitos recursos. Antigamente as palavras "servo" e "escravo" significavam que a pessoa se colocava debaixo da proteção, debaixo do auxílio, do patrocínio [do seu amo]. Essa realidade de nos colocar sob essa proteção era uma forma de cuidar do outro, e a palavra "escravidão" vem daí. Mas hoje a palavra "escravidão" para nós é forte. É neste sentido que o culto de "dulia" é dado aos santos. Muitos perguntam: “Por que você não vai a Deus diretamente?” Porque Deus quer usar do amor de suas criaturas. Por que você em vez de ir direto para Deus, vai para o colo da sua Mãe, receber carinho e cafuné? Porque você sabe que aquele amor também vem de Deus. Deus usa das suas criaturas, Ele quis assim.

A graça é a glória de Deus aqui na Terra. A glória é a graça de Deus no céu. Olhando para a graça e para glória, os santos merecem o nosso culto e o nosso louvor. Nós temos que louvar a Deus pelo amor que os santos fazem brotar do nosso coração. O Concílio de Trento vai responder que o santo merece a graça que nós merecemos. O mérito derivado do mérito central de Cristo. Gosto de fazer a comparação com a manga. Quem fez a manga não foi Deus? Quem deu a manga? A mangueira. Por isso eu posso agradecer à mangueira. Assim são os santos, eles são o instrumento de Deus, como a mangueira o é ao nos dar a manga.

O culto a Deus é "latria". O culto aos santos é "dulia", eu me ponho debaixo da proteção dos santos. Teologicamente falando, Maria não é alguém que age só na glória como os santos, mas Maria, além da graça e da glória, age na ordem da união hipostática, que é uma graça que só Jesus tem. É a união das duas naturezas em uma pessoa. Maria, por projeto divino, por eleição e graça da escolha, foi escolhida para fazer parte dessa união hipostática, porque ela pode dizer que é Mãe de Deus. Por que ela é Mãe de Deus? Nunca perguntamos: você é mãe do quê? Mas de quem? Maria gerou um ser humano, ela não gerou uma natureza divina, ela gerou Jesus humano, mas que é Deus. A pessoa divina do Filho foi gerado, no ventre de Maria, desde toda a eternidade pelo Pai. Se Deus quisesse trazer Jesus sem Maria, Ele O teria trazido, mas Ele quis usar da Santíssima Virgem Maria. Maria gerou a Pessoa de Deus. Eis aí o grande mistério, ela gera o Filho.

Existe uma oração que vem do Egito: “Debaixo da Vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em todas as nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos! Ó Virgem, Gloriosa e Bendita”. Em grego, debaixo da proteção, originalmente seria: "Dentro do Vosso útero nos refugiamos Santa Mãe de Deus". Os cristãos, desde o ínício, não diziam: “Mãe, intercede aí!” Ela é a intercessora. Mas eles dizem: “Nós nos refugiamos debaixo da vossa proteção”. Como Maria tem poder? Uma mulher que luta contra o dragão, como poderia lutar se não tivesse poder? Ela só pode ter poder graças à união hipostática.




Padre Paulo Ricardo

Sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá (MT)
www.padrepauloricardo.org

domingo, 20 de abril de 2014

Cristo Ressuscitou, Aleluia!

“Exulte o céu, e os Anjos triunfantes, mensageiros de Deus, desçam cantando; façam soar trombetas fulgurantes, a vitória de um Rei anunciando”.

É assim que a Igreja celebra o anúncio da vitória da Vida sobre a morte, da Luz sobre as trevas: Cristo Ressuscitou, Aleluia! No céu se realiza essa grandiosa festa entre os anjos que, cumprindo a missão a eles confiada, descem para a terra e comunicam aos homens essa linda realidade. A festa do céu chegou até nós! Aquele que estava morto vive! O fogo novo do Círio Pascal entra na igreja ainda escura para mostrar essa vitória da vida sobre a morte.

A luz nova que entra na igreja é o sinal da Luz de Cristo que também chega até os nossos corações. Todos são iluminados, só precisamos deixar que essa Luz Verdadeira penetre o mais profundo em nosso ser, dissipando qualquer sombra e erradicando em nós as raízes da vida velha. A Páscoa é muito mais que a “festa do chocolate”. Para nós, resgatar o verdadeiro sentido desta solenidade é questão de crescimento na nossa identidade de cristãos autênticos.

A ressurreição de Cristo dá o sentido de todas as outras festas cristãs, enche de esperança os sofrimentos e inaugura um tempo novo de crescimento rumo à realização do projeto de Deus também para nós. Aquele que morreu por nós, também por nós ressuscitou, para deixar claro que esse projeto do Pai também se realizará nas nossas vidas.

Feliz Páscoa!

Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Em Mensagem de Páscoa, Papa reza pela paz e pelos doentes

Após celebrar a Missa de Páscoa na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco dirigiu-se ao balcão central da Basílica Vaticana para ler sua mensagem de Páscoa




Na Mensagem de Páscoa proclamada pelo Papa Francisco neste domingo, 20, o Santo Padre destacou que a Ressurreição de Jesus é a Boa Nova por excelência, pois se “Cristo não tivesse ressuscitado, o Cristianismo perderia seu valor”.

Acesse

.: Mensagem de Páscoa do Papa na íntegra

Francisco disse que a mensagem que os cristãos levam ao mundo é esta: “Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte. Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a vida sobre a morte”.

E diante de cada situação humana, marcada pela fragilidade, pelo pecado e pela morte, esta Boa Nova é um testemunho de amor gratuito e fiel. “É sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente,é idoso ou excluído”, explicou o Papa.

O Pontífice ressaltou que o Amor é mais forte, Ele que dá a vida, que faz o florescer a esperança no deserto.

E dirigindo-se em oração ao Senhor ressuscitado, o Santo Padre pediu que ajude o Seu povo a vencer a chaga da fome, “agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices”. E que os torne capazes de proteger os indefesos, “sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objeto de exploração e de abandono”.



De modo especial, o Papa pediu ao Senhor que auxilie as pessoas para que possam cuidar dos irmãos atingidos pela epidemia do ebola em Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria, e “daqueles que são afetados por tantas outras doenças que se difundem também pela negligência e a pobreza extrema”.

Francisco rezou ainda pelas numerosas pessoas, sacerdotes e leigos, que foram sequestradas em diferentes partes do mundo, e pelos migrantes, que deixaram as suas terras para irem a lugares onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não raro, professar livremente a sua fé.

Pediu o fim de toda guerra, de toda hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente. Em particular, pela Síria, “para que quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada”.

O Papa pediu conforto às vítimas das violências fratricidas no Iraque e amparo às esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelenses e palestinos.

Paz também para a Ucrânia, para a República Centro-Africana, para a Nigéria e o Sudão do Sul. Pediu também pela reconciliação e concórdia na Venezuela.

“Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra: Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz!”, rezou o Santo Padre

Por fim, Papa Francisco concedeu a Indulgência Plenária aos presentes e a quantos acompanhavam pelos meios de comunicação, agradecendo a todos pela presença, pela oração e pelo testemunho.

Fonte: CançãoNova.com

quarta-feira, 5 de março de 2014

Abertura da Campanha da Fraternidade 2014

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) fará a abertura oficial da Campanha da Fraternidade de 2014 nesta Quarta-feira de Cinzas, dia 5 de março, às 14h, em sua sede em Brasília. Este ano, a campanha aborda o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). O evento será transmitido, ao vivo, pelas emissoras de inspiração católica.

O bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, presidirá a cerimônia. Estarão presentes representantes do governo e de entidades da sociedade civil. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso; o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcello Laverene Machado; e a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Márcia Bencke, confirmaram presença.

Na ocasião, será divulgada a mensagem do papa Francisco para a Campanha da Fraternidade.

Dioceses

Em todo o país, paróquias e dioceses programaram atividades para a quarta-feira de Cinzas, dia 5 de março. Confira horários e locais de missas em algumas dioceses e os eventos de lançamento da Campanha da Fraternidade






Fonte: CNBB

O jejum e abstinência de carne

Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.



Considerando que muitas pessoas estão me consultando acerca da maneira correta de viver o jejum e a abstinência de carne, escrevo estas linhas para que nossos leitores possam voltar, neste tempo quaresmal de 2014, para uma profunda vivência do que a Mãe Igreja espera de cada um de nós neste tempo oportuno de conversão e de mudança de vida!


O JEJUM: 

Praticado desde toda a Antiguidade pelo povo eleito, como sinal de arrependimento, praticado por Nosso Senhor Jesus Cristo e por todos os santos, recomendado pela Santa Igreja como instrumento de santificação da alma, de controle do corpo e equilíbrio emocional.

Quando devemos jejuar por obrigação?

Na Quarta-feira de cinzas, abertura da Quaresma

Na Sexta-feira Santa, dia da morte de Nosso Senhor.

No entanto, todos os católicos devem ter a mortificação e o jejum presentes em suas vidas ao longo do ano, principalmente durante o Advento, a Quaresma e nas Quatro Têmporas, tendo sempre o espírito mortificado, fugindo do excesso de conforto e prazeres e, na medida do possível, oferecendo alguns sacrifícios a Deus, seja no comer, no beber, nas diversões (televisão principal­men­te), nos desconfortos que a vida oferece (calor, trabalho, etc.), sabendo suportar os outros, tendo paciência em tudo. 

Como o jejum e a abstinência fazem parte dos mandamentos da Igreja, devemos nos empenhar para praticá-los por amor de Deus. Caso haja alguma negligência ou fraqueza da nossa vontade que nos leve a quebrar o santo jejum ou a abstinência, devemos nos arrepender por não termos obedecido ao que nos ordena nossa Santa Madre Igreja, confessando-nos portemo-nos assim ofendido a Deus. 

QUEM ESTÁ OBRIGADO A JEJUM  ?

Estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade (quem completou 18 anos) até os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e pais cuidem para que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados à lei do jejum e da abstinência, em razão da pouca idade (cf. CDC, cân . 1252)

Por disposição da CNBB, no Brasil, toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Os fiéis nesse dia se abstenham de carne ou outro alimentoou pratiquem alguma forma de penitência, principalmente obra de caridade ou exercício de piedade

A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação nesses dias da Sagrada Liturgia.

NORMAS DA CNBB SOBRE JEJUM E ABSTINÊNCIA EM VIGOR NO BRASIL 
Cânon 1251. Observe-se a abstinência de carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da Conferência dos Bispos, em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincida com algum dia enumerado entre as solenidades; observem-se a abstinência e o jejum na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Cânon 1252. Estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade até os sessenta anos começados. 

Nota do cânon 1252: Os limites de idade para a penitência ficam modificados. A abstinência começa aos catorze anos e vai até o fim da vida. O jejum obriga a partir dos dezoito anos completos e vai até os cinqüenta e nove anos completos. 

Não se determina mais, no Código, em que consista o jejum. De acordo com a tradição jurídica anterior, trata-se de não tomar mais que uma refeição completa, permitindo-se, porém, algum alimento outras duas vezes por dia. Pode-se seguir essa norma, enquanto a Conferência Episcopal não determinar algo diferente.

Cânon 1253. A Conferência Episcopal pode determinar mais exatamente a observância do jejum e da abstinência, como também substituí-los, total ou parcialmente, por outras formas de penitência, principalmente por obras de caridade e exercícios de piedade. 

(CNBB, “Diretório da Liturgia e da organização da Igreja no Brasil”, 2010).


Catequisar.com

Quaresma é tempo de graça e bênçãos em nossa vida

Que este tempo da Quaresma nos ajude a vivermos um tempo propício de conversão, de graça, de mudança de mentalidade, de hábitos e comportamentos!


Rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; porque Ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo” (Joel 2,13).
Nós, hoje, começamos com toda a alegria do nosso coração esse tempo maravilhoso e abençoado, que se chama o tempo da Quaresma, tempo da graça de Deus para conosco. Algumas pessoas olham esse tempo quaresmal como uma coisa pesada, como um tempo de muito sacrifício, penoso e triste. Mas, na verdade, não é assim! Esse tempo nos conduz ao tempo da graça, que nos ajuda a refletir e a meditar sobre as profundezas maravilhosas da nossa fé à luz da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O dia de hoje é um convite para nos voltarmos ao silêncio, à meditação, ao desprendimento, à conversão, que consiste na verdadeira mudança do coração e da mente. Essa é a penitência que somos chamados a viver durante esse tempo. E por isso nós vimos tantas pessoas durante esses dias “rasgarem” suas roupas, mas nós não fazemos isso. O que nós fazemos hoje é rasgar o nosso coração para Deus e dizer: ”Senhor, queremos ser inteiramente Seus, queremos inteiramente entregar nossa vida em Suas mãos”.
O caminho para o tempo da Quaresma, proposto pela Igreja, se baseia em três elementos da fé e da religião: o jejum, a esmola e a oração. O jejum, pois não podemos ser escravos dos alimentos, não podemos ser escravos dos prazeres e dos instintos; pelo contrário, precisamos nos alimentar bem, mas sem nos esquecer de que milhões de pessoas, mundo afora, estão passando fome. Por isso, quando nós sabemos nos privar de algum alimento, por algum sacrifício, pela união com Deus, nós estamos afirmando que Deus é primeiro em nossa vida e não o alimento que nós temos.
A esmola, porque traduzimos esmola por ”caridade”, para cuidar do outro, para tirar daquilo que é nosso em favor daqueles que não têm, dos mais sofridos e dos mais necessitados. Como é importante saber repartir aquilo que nós temos, por isso, a esmola é bem ligada ao jejum. Não adianta só deixarmos de comer, é preciso pegar aquilo que não comemos ou nos privamos e repartir com aqueles que não têm. É preciso que nos preocupemos e cuidemos do outro que sofre e necessita de nós.
No entanto, o jejum e a esmola devem ser guiados pela oração, pela nossa relação pessoal com Deus, para nos voltarmos ao nosso interior a fim de conversar com o Pai. A oração feita na intimidade do nosso quarto, a oração na qual o nosso coração está inteiramente voltado para o Nosso Deus.
Que esse tempo da Quaresma nos ajude a vivermos um tempo propício de conversão, de graça, de mudança de mentalidade, de hábitos e comportamentos! Se praticarmos estes elementos: a oração, a esmola e o jejum, vividos com a intensidade da nossa alma, a Quaresma será um tempo de graça e de bênçãos em nossa vida.

Deus abençoe você!

Fonte: CançãoNova.com

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2014

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2014

MENSAGEM

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2014

Terça-feira, 4 de fevereiro de 2014


Boletim da Santa Sé


Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8,9)


Queridos irmãos e irmãs!


Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: « Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza » (2 Cor 8,9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?


1. A graça de Cristo


Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: « sendo rico, Se fez pobre por vós ». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, « esvaziou-Se », para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2,7; Heb 4,15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus « trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado » (ConC. ECum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 22).


A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – « para vos enriquecer com a sua pobreza ». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Baptista para O baptizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a « insondável riqueza de Cristo » (Ef 3,8), « herdeiro de todas as coisas » (Heb 1,2).


Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10,25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu « jugo suave » (cf. Mt 11,30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua « rica pobreza » e « pobre riqueza », a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf. Rm 8,29).


Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.


2. O nosso testemunho


Poderíamos pensar que este « caminho » da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d’Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo.


À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.


Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se vêem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína económica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos auto-suficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.


O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.


Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.


Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser « tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo » (2 Cor 6,10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!


Vaticano, 26 de Dezembro de 2013


Festa de Santo Estêvão, diácono e protomártir


FRANCISCUS